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Resumo Càrmen Ozana de Melo

Resumo Càrmen Ozana de Melo

As mudanças que se processaram na agricultura brasileira, principalmente a partir do final da década de 1960, caracterizaram uma redefinição das relações entre a agricultura e a indústria, dando origem a um novo padrão de produção agrícola. No Paraná, essa passagem para a agricultura dinâmica foi uma das grandes responsáveis pelo processo de modernização e expansão da agropecuária, notadamente a partir da década de 1970. O setor agrícola paranaense inseriu-se no processo de modernização, apresentando alterações significativas na sua estrutura produtiva. As inovações tecnológicas foram responsáveis pela mudança na pauta da produção, tendo como objetivo aprimorar sua competitividade, colocando o estado em destaque, ao apresentar resultados expressivos de sua agropecuária. Contudo, essas mudanças não foram homogêneas, mas com uma tendência de difusão regional. Elas transformaram profundamente a organização social rural com consequências econômicas e sociais. Neste contexto, este trabalho tem por objetivo analisar o desenvolvimento rural dos municípios paranaenses, buscando especificamente: aferir o índice de desenvolvimento rural (IDR); identificar os aspectos determinantes do desenvolvimento rural e classificar os municípios quanto ao grau de desenvolvimento rural. Dado o caráter multidimensional do conceito de desenvolvimento, utilizou-se a técnica da análise estatística multivariada, mais especificamente, a análise fatorial. A análise aplicada ao modelo para o ano 2000 possibilitou a extração de cinco fatores com raiz característica maior que a unidade e que explicam, em conjunto, 66,17% da variância total das variáveis selecionadas. O fator F1 mostrou-se mais relacionado a variáveis ligadas a educação, mão-de-obra, energia elétrica e recursos financeiros. O fator F2 mostrou-se mais associado ao contingente de pessoas que vivem no meio rural e às suas atividades ligadas a estudos, cultivo, migração e condições de habitação. No fator F3 predominam as variáveis produtividade do trabalho na agricultura e renda municipal agrícola per capita. O fator F4, por sua vez, mostrou-se positiva e fortemente relacionado com os indicadores produtividade da terra e especialização na produção de soja. O último fator considerado, F5, apresentou-se mais relacionado com os indicadores densidade demográfica e salário nominal na agropecuária. O IDR médio situou-se em 43,63. A partir daí, foram definidas as categorias de desenvolvimento rural. De acordo com a classificação, seis municípios apresentaram grau de desenvolvimento muitíssimo alto. Na segunda categoria, muito alto, outros sete municípios se destacam. Já com grau de desenvolvimento alto, foram observados 50 municípios. Estes 63 municípios representam 15,79% do total dos municípios paranaenses. Classificados com grau de desenvolvimento médio encontram-se 116 municípios, ou seja, 29,07% do total. É, então, importante destacar que a maioria dos municípios, 220 ou 55,14%, encontram-se nas categorias de baixo, muito baixo e muitíssimo baixo desenvolvimento rural. Estes resultados deixam transparecer que as desigualdades regionais no Paraná manifestam-se também em relação às condições da população rural. A análise a nível de municípios mostra que estas desigualdades se repetem e, por vezes, se intensificam no interior das mesorregiões. Esta análise permite concluir pela heterogeneidade de situações, num estado que teve o processo de modernização de sua agricultura difundido, alertando para as especificidades que devem ser consideradas. Os resultados dos fatores apontam para aspectos que devem ser trabalhados de forma mais intensa, no sentido de melhorar a vida no campo e, por conseguinte a situação dos municípios. Partindo do princípio que o rural não é somente agrícola, mas um espaço em que se desenvolvem relações econômicas, sociais, onde vivem pessoas, o grande número de municípios em situação de baixo nível de desenvolvimento exige atenção para o meio rural, uma vez que os resultados expressivos da agropecuária paranaense, que coloca o estado em evidência, não se reflete no espaço rural.

 

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