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O Narguilé

 

ministerio da saude narguile

 

O narguilé, também é conhecido como cachimbo d' água, shisha ou Hookah - é um dispositivo no qual o tabaco é aquecido e a fumaça gerada passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, por meio de uma mangueira. Por utilizar mecanismos de filtragem, o consumo de narguilé é considerado erroneamente menos nocivo à saúde pela população (INCA).

Estudos associam o uso de narguilé ao desenvolvimento de câncer de pulmão, doenças respiratórias, doença periodontal (da gengiva) e com o baixo peso ao nascer, além deexpor seus usuários a de nicotina em concentração que causa dependência. Após 45 minutos de sessão, o narguilé aumenta os batimentos cardíacos e a concentraçãode monóxido de carbono expirado.. Ocorre também maior exposição a metais pesados, altamente tóxicos e de difícil eliminação, como o cádmio. Em longo prazo, seu consumo pode causar câncer de pulmão, boca e bexiga, aterosclerose e doença coronariana. Mas os riscos do uso do narguilé não estão somente relacionados ao tabaco, mas também a doenças infectocontagiosas: compartilhar o bocal entre os usuários pode resultar na transmissão de doenças como herpes, hepatite C e tuberculose.

 

                                                                         Narguile mata

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, embora o Brasil tenha motivos para celebrar a redução da prevalência de fumantes nos últimos anos, o uso do narguilé vem chamando a atenção dos profissionais da saúde. De acordo com a Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab), realizada em 2008 pelo IBGE em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), já são quase 300 mil consumidores do cachimbo oriental.

E entre estudantes universitários da área de saúde - em pesquisa feita nos municípios de São Paulo, Brasília e Florianópolis - do total das pessoas que declararam consumir com frequência outros produtos de tabaco (além do cigarro industrializado), mais de 55%, declararam fazer uso do narguilé.

Em São Paulo, esse percentual chegou a aproximadamente 80%, de acordo com a pesquisa Perfil de Tabagismo em Estudantes Universitários do Brasil (PETuni) coordenada pelo Inca.

“O fato de esses universitários pertencerem à área da saúde preocupa ainda mais, justamente por eles estudarem os malefícios do tabaco para o organismo. O narguilé engana, dando a sensação de que as impurezas do tabaco são filtradas pela água, o que é um equívoco”, diz o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini.


                                                  Narguilé

 

Segundo o pneumologista da Divisão de Controle do Tabagismo do instituto, Ricardo Henrique Meirelles, uma sessão de narguilé expõe o fumante à inalação de fumaça por um período muito maior do que quando ele fuma um cigarro. O volume de tragadas do narguilé pode chegar a 1.000 ml em uma sessão de uma hora. Já o volume de tragadas do cigarro alcança 30 a 50 ml entre cinco a sete minutos. “Uma simples sessão de narguilé consiste em uma centena de ciclos de tragada. Podemos afirmar que em uma sessão, o fumante inala uma quantidade de fumaça equivalente ao consumo de 100 cigarros ou mais”, alerta o especialista.

 

                                         narguilé x cigarro                       

 

O cheiro das essências usadas no narguile é um convite para juntar uma roda de amigos e passar o tempo. Apesar de ser um jeito mais “charmoso” de fumar, a diversão de origem indiana é mais danosa para o organismo que o cigarro. Em uma sessão, o consumo do narguile pode equivaler a mais de 100 cigarros. Segundo o professor da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Alberto Viegas, o malefício ocorre, entre outros motivos, porque uma sessão de narguile expõe o adepto a um período longo de contato com a nicotina. “Em uma roda, se a pessoa gasta duas horas, vai fumar muito mais tabaco que se fumasse cigarros”.  Enquanto um cigarro leva de 5 a 7 minutos para acabar e propicia de 8 a 12 baforadas, um encontro onde há narguile dura de 20 a 80 minutos e pode render entre 50 e 200 baforadas.

 

NARGUILÉ E CIGARRO ELETRÔNICO

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) alertou  para os riscos à saúde causados pelo consumo do narguilé e do cigarro eletrônico. Tratados como menos nocivos, eles podem impor danos semelhantes, ou até piores, do que o cigarro.  Narguilé é um cachimbo usado para fumar. A característica do utensílio é que a fumaça passa pela água antes de chegar ao fumante. O cigarro eletrônico é um dispositivo que produz vapor inalável com ou sem nicotina, podendo servir como alternativa ao fumante.


                                           NARGUILE ELETRONICO


A Gerente geral de Tabaco da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ana Cláudia Bastos Andrade explica que o cigarro eletrônico ainda é considerado um produto desconhecido. Segundo ela, faltam informações sobre os componentes dele, além de análises químicas e pesquisas confiáveis sobre os seus efeitos no corpo. De acordo com resolução publicada em agosto de 2009, no país é proibida comercialização, importação e propaganda do cigarro eletrônico. Ana Cláudia esclarece que o aparelho poderia ser classificado como produto do tabaco.

O produto deve passar por análises da composição, além de inserir na embalagem a advertência sobre o perigo do fumo. Segundo a gerente, o cigarro eletrônico, assim como o tabaco convencional, deve ser banido de ambientes fechados, de acordo com a Lei Antifumo. O Instituto Nacional do Câncer segue o posicionamento da Anvisa e da Organização Mundial de Saúde e considera que a segurança dos cigarros eletrônicos ainda não foi cientificamente demonstrada.

O cigarro eletrônico pode ser usado como gomas e adesivos de nicotina com o objetivo de largar o fumo? A resposta é não. Além da falta de estudos que comprovem a eficácia para o tratamento antifumo, há outro problema: o design e o modo de usar do aparelho são semelhantes ao tabaco tradicional. Stella Martins, da Comissão de Tabagismo da Associação Médica Brasileira, lembra que a dependência e, consequentemente, o tratamento envolvem aspectos comportamentais e psicológicos. Ela conta que, em muitos casos, o cigarro é visto como ‘amuleto’ para esquecer os problemas e que o ideal é que paciente aprenda a lidar com as dificuldades sem o fumo. “O movimento de tragar e soltar a fumaça relaxa. O cigarro eletrônico não trata, mas alimenta a dependência psicológica e comportamental das pessoas", alerta.  (Fonte: INCA)


          cigarro eletronico