Fragmentos
ACÚLEOS VIRTUAIS
Deixa-me repousar no sofá macio,
O corpo exausto do labor.
Bastam-me as dores do dia,
Bastam-me as dores da vida.
Deixa-me sonhar com o paraíso,
Que em meu sonho descortina.
Só de luzes, bênçãos e alegrias,
Só de pendores, troféus e amores.
Deixa-me sentir teu corpo doce,
Languidamente ao meu aconchegado.
Silêncio companheiro,
Sem acúleos virtuais.
AMOR
O que é?
Hoje é isto:-
Matar a emoção,
Manter a distância,
Ignorar a existência.
A lágrima secou,
A dor anestesiou,
O vazio restou,
A vida passou.
Amanhã é um novo dia.
Será de alegrias.
O amor oscila em degradê,
Mas não morre
FILHO
O que é?
É aquela coisinha fofa,
É aquela coisinha doce,
Que a mãe ama sem cessar.
Depois. Bem!
Depois viciada
Não sabe mais parar.
COLORIR A PAZ
Quando somos obrigados a caminhar
Um caminho por alguém traçado,
Seguimos sonhos por alguém sonhados,
Perseguimos metas que jamais sonhamos.
Num jardim de flores amarelas,
Quando é as brancas que amamos,
Não podemos colorir a paz,
Que sua mensagem traz.
Quando o amor de outrem,
Em nosso coração se aninhar,
Jamais calará a ânsia.
Pela primeira fresta fugirá.
(Retirados da obra: Foco de visão. Curitiba: Champagnat, 1998).