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Fragmentos


Quando florescem os ipês

(Quando florescem os cafezais)

 

Estamos na primavera. Estação das flores, de alegria e de um céu quase sempre azul, e de uma temperatura tão amena, que convida a todos para enlevos primaveris.

Já colocamos de lado nossas roupas de lã e os cobertores estão devidamente alinhados nos baús.

Ao amanhecer, podemos abrir as janelas, para que os raios do sol, de uma manhã primaveril, possa aquecer nossos lares, depois de uma noite repousante.

É uma festa para os olhos, uma alegria imensa que se irradia por todo o nosso ser, quando se aproxima a primavera.

São os pássaros que cantam, são as roseiras com seus botões coloridos embelezando jardins e são ainda os esplendorosos Ipês, com suas flores amarelas colorindo a Praça Tiradentes.

É a nossa bela e encantadora Curitiba!

Crescendo, amadurecendo e florexendo!

Aí estão bosques, parques e jardins, nossas avenidas, povo hospitaleiro, sempre solícito para atender àqueles que prazerosamente nos visitam.

O nosso agradecimento à mãe natureza pela dádiva, pelo belo espetáculo, este que se admira quando florescem os Ipês.

Estão eles lá, majestosos, despretensiosos, com uma ramagem exuberante, colocando sobre nossos olhos, toda beleza de um amarelo vivo, como se estivessem cobertos e recobertos de ouro.

 

O sorriso da criança

(Quando florescem os cafezais)

 

Não há nada mais sublime, sensibilizante, que o sorriso de uma criança.

Transmite, docemente, ternura, afeto, compreensão, e aquela imorredoura sensação de alegria, paz e felicidade.

Do seu semblante angelical, dos seus olhinhos apertados pelo sorriso, nota-se a alegria, que podemos sentir em todo o seu ser.

São momentos que, diariamente, podemos conviver, os quais nos transportam a mundos tão divinamente criados, que nossa existência, tornar-se-ia vazia, sem a felicidade completa, se esses sorrisos não existissem.

Não será difícil conseguir da criança, o sorriso que iluminará nossa alma, sensibilizando-nos ternamente, fazendo com que tudo ao nosso redor, pareça ser um céu, recoberto de miríades de estrelas.

Desde o mais humilde barraco, até a mais suntuosa das mansões, o sorriso da criança levará àqueles que lá convivem: a harmonia, a esperança, e uma vontade sublime de lutar e de viver.

Adolescentes, jovens, adultos, homens ou mulheres, independentes de credo, raça, ideologia política, procurem sempre em momentos de sua existência, olhar com carinho, o semblante de uma criança, e tenho a certeza, que um sorriso terno brotará rápido de sua boquinha pequena, em agradecimento do afeto a ela dispensado. Serão momentos de ternura, de tamanha felicidade que, se as luzes se apagarem, o sorriso da criança, iluminará todos os nossos caminhos, tornando a vereda da vida: eternamente florida.

 

Eu queria ser...

(Quando florescem os cafezais)

 

Eu queria ser um pirilampo, para poder, sorrateiramente, entrar por uma das frestas daquele humilde barraco, e ver como estão dormindo aquelas três crianças.

Será que dormiam com fome?

Será que puderam fazer seus modestos pedidos ao Papai Noel?

Tenho a certeza que ao contemplá-los, e em vendo a minha luz fluorescente, seus olhinhos brilharão, pois nas suas ingênuas inocências, terão a impressão que uma estrela caindo do céu, estará bem perto para acalentá-los.

Eu queria ser um rio caudaloso e piscoso, para que num futuro não muito distante, pudesse mitigar a sede e saciar a fome de toda a humanidade.

Eu queria ser como os pássaros, que constroem seus ninhos e que com seu canto mavioso, anunciam cada alvorecer.

Eu queria ser um lago sereno e plácido, para que o sol me aquecesse nos dias de inverno, e que durante a noite, a lua viesse tingir de prata, minhas águas cristalinas.

Eu queria ser como o vitorioso veleiro Cisne Branco, orgulho de nossa Marinha Brasileira, que singrando por mares e oceanos e em sucessivas vitórias náuticas, destaca-se pelo valor de seus intrépidos velejadores.

Eu queria ser aquela alma bondosa, onde no meu ombro amigo, pudessem recostar-se aquelas crianças tristes, aqueles adultos aflitos e cansados para assim encontrarem a felicidade e a alegria de viver.

Eu queria ser um anjo com asas brancas e bem grandes, para poder voar neste nosso Universo todo, levando com o bater de minhas asas, toda a fraternidade, todo o amor, toda a paz que o mundo inteiro tanto necessita; e num gesto de carinho profundo transmitir a todos: A ESPERANÇA DE UM MUNDO CADA VEZ MAIS JUSTO E FRATERNO, E QUE A PAZ SEJA O CAMINHO ÚNICO DE TODOS OS POVOS.