Fragmentos
1º de maio
(Um pouco de mim: Eleonora Brasil Pompeo)
Nasce o dia suavemente
e o silêncio vai filtrando
os raios de outro do sol.
Mas, na empolgante bonança,
em meio a essa harmonia
pressente-se algo no ar.
É o anseio de esperança
o qual com força desperta
vibrante nos corações;
contido grito de alerta
dos pobres trabalhadores
em suas reivindicações.
A lei dos homens
(Um pouco de mim: Eleonora Brasil Pompeo)
Ao vir ao mundo a civilização,
quando inventou-se o primitivo rei,
num requinte de egoísmo e de ambição,
tratou o homem de fazer a Lei.
Se um pobre confessar: – um pão roubei
é bem visto que irá pagar a prisão.
E aquele que disser: – Alguém matei
tem que sofrer mais vasta punição.
É a justiça dos homens tão pequena,
que nada sofre quem devia sofrer,
sendo passível de uma dura pena...
Devia sofrer condenação qualquer
e, no entanto, a justiça não condena,
o que assassina um Sonho de Mulher!...
Gralha Azul
(Um pouco de mim: Eleonora Brasil Pompeo)
Em sua útil distração
num carinhoso labor
Gralha Azul planta o pinhão,
como quem planta uma flor.
Onde o plantou ela esquece.
Mas em elegante forma,
o pinheiro altivo cresce
e em riqueza se transforma.
Ela contempla a floresta.
Sua missão cumprida está.
As taças verdes dão festa
de pujança ao Paraná.
Borboletas
(Um pouco de mim: Eleonora Brasil Pompeo)
De dia inquietas
gentis borboletas
voando, bulindo.
 noite, são elas
singelas violetas
serenas dormindo.