Fragmentos
TEMOS LIVROS DE AUTORIA PRÓPRIA
TEMOS TEXTOS EM
CENTRO PARANAENSE FEMININO DE CULTURA. Mulheres escrevem. Curitiba: Visagraf, 1997.
SANTOS, Pompília Lopes dos. Sesquicentenário da poesia paranaense. Curitiba: Lítero-Técnica, 1985.
PLENILÚNIO
Ficarei aqui, sentada junto à porta
olhos parados no horizonte,
à espera da lua.
É a hora em que a brisa, mansa,
passa por mim e segue,
carregada do perfume das giestas.
O céu cresce,
multiplicando-se em estrelas
e o mar toca de leve a areia morna.
Ela pode surgir a qualquer momento,
imensa e luminosa.
E então, eu correrei alegre
a chamar aqueles que moram no meu coração.
POEMA AO PARANÁ
Meu bom Paraná,
te amo com tal apreço
não só de coração mas com meu corpo inteiro.
E nesse bem querer, muitas vezes esqueço
que há outras terras além deste chão do pinheiro.
Meu bom Paraná,
a tua capital erguida no planalto,
a Cidade Sorriso que a todos irradia
esperança e amor, beleza e emoção,
é a verde capital da ecologia.
Meu bom Paraná
onde mãos calejadas
semeiam, sem cessar, a terra abençoada.
Ao toque da chuva, ao toque do sol,
a semente germina e, emergindo do chão,
transmuta-se em trigais.
E o trigo se faz pão.
Meu bom Paraná,
que beleza infinita nos Campos Gerais!
nas planícies sem fim, nos verdes pinheirais.
Ao toque da chuva, ao toque do sol,
a uva amadurece colorindo a paisagem,
enfeitando o caminho,
espargindo no ar o aroma suave e doce.
E a uva de faz vinho.
Meu bom Paraná
onde o rio Iguaçu, caudaloso e profundo
segue forte ao encontro do glorioso destino.
Num formidável salto arroja-se no abismo,
formando as quedas d'água mais belas deste mundo.
Onde o rio Paraná, tão poderoso e audaz,
em plena liberdade vai vencendo distâncias
até que paredões, obras de mãos humanas,
detêm toda a energia que esse rio conduz.
Surge então Itaipu!
E, num impressionante toque de magia,
a água se faz luz.
Meu bom Paraná,
teu coração imenso
acolhe, generoso, o que veio de longe
buscando aqui, quem sabe a Canaã Prometida.
E encontra no trabalho a vitória
e em teu solo,
descobre deslumbrado a verdadeira vida.
Há uma troca de amor entre o homem e a terra.
Ele pertence a ela, ela a ele pertence.
E, ao milagroso toque de uma inspiração divida,
este homem também se faz paranaense.