Fragmentos
TEMOS LIVRO DE AUTORIA PRÓPRIA
TEMOS TEXTOS EM
SANTOS, Pompília Lopes dos. Sesquicentenário da poesia paranaense. Curitiba: Lítero-Técnica, 1985.
CENTRO PARANAENSE FEMININO DE CULTURA. Mulheres escrevem. Curitiba: Visagraf, 1997.
ACADEMIA DE LETRAS DOS CAMPOS GERAIS. Antologia. Ponta Grossa: Academia de Letras dos Campos Gerais, 2006.
Ao homem andando
com a esperança no peito
o horizonte é perto
A pedra chorava
a imobilidade eterna
– ansiava ser pássaro.
Momento bendito
o que me entregou aos livros
afastando as pedras.
Nas águas do mar,
buganvílias dançam valsa.
Sol e vento, os pares.
Ouve-se à distância,
o latido de um cachorro
assustando a noite.
Jornaleiro aos gritos:
– Enfim, há paz entre os povos!
... Primeiro de abril!
Lua na janela
Convida para outra vida...
Finjo olhar a praça.
SONETO
Soneto… a forma clássica de versos
se unindo em técnica de ideal encanto,
quando o talento aliado aos mais diversos
quesitos, gera o mais doce acalanto.
Na musicalidade em sons dispersos
procura em corações azul recanto,
para ofertar-lhes calma nos adversos momentos desta vida em riso ou pranto.
Mas... para viva musicalidade,
a métrica é essencial à construção
de um soneto fadado à eternidade.
Cantado e decantado a todo instante,
por esta, essa, aquela geração,
e tantas outras mais, e assim por diante...
SOPROS DA NOITE
O corpo se alonga
quer ser um gigante,
e é tão pequenino,
e, ainda, um escravo...
é mesmo um coitado...
A mente se alonga,
alcança o infinito,
reluz quanto as astros,
mais livre que o sol,
mais livre que estrelas,
a dona do mundo!
SAPO NA LAGOA
Risquemos a palavra eu. Risquemos.
Não leva a nada. É egoísmo e só.
Que logo, logo, nada mais que pó
Pisado nos caminhos. Meditemos:
Se substituirmos eu por nós... sem dó!
enfim, gigantes, não pigmeus seremos
nas caminhadas que percorreremos
unidos por desamarrável nó.
... O eu dependerá sempre de alguém.
Sozinho, pouco ou quase nada faz.
É folha ao vento, sem uma outra atrás...
Nada mais, nada mais... É ser ninguém
Na multidão... Ser sapo na lagoa...
Eu, eu ... eu, eu... somente o som ecoa...
(Retirado da obra: O caminho,1999)