Fortuna Crítica
Palavras de crítica, por Museu do Rádio e Televisão de Portugal:
“No Brasil, especialmente, país amado dos deuses e rico de tradições intelectuais, a literatura feminina tornou-se notável em quantidade e qualidade. Uma verdadeira constelação de poetisas surgiu perante o nosso espírito deslumbrado. Pois bem. Com a publicação do presente livro- relicário de ternura- essa constelação radiosa tem mais uma estrela”.
São de Júlio Dantas estas palavras. O livro a que alude chama-se VELEIRO e a “estrela é a sua autora, Lisette Villar de Lucena Tacla.
A distinta poetisa encontra-se actualmente no nosso país e acaba de publicar novo volume de sonetos intitulado AQUARELAS DE PORTUGAL.
Lisette de Lucena Tacla canta, neste seu livro, as formosuras da Terra Lusíada. As formosuras da paisagem e a belea das almas.
Trata-se de um verdadeiro roteiro lírico, essencialmente descritivo e sentimental. Cada soneto é uma pincelada amorosa e evocativa, em que a imagem de Portugal nos surge, em fundo claro ou crepuscular, ora radiosa, ora triste, mas sempre autêntica.
Duas ilustres senhoras brasileiras
"No momento em que escrevemos estas linhas, encontram-se em Portugal, de visita, duas ilustres figuras femininas da literatura brasileira: a romancista e contista Lygia Fagundes Telles, neta de um lisboeta, e a poetisa Lisette Villar de Lucena Tacla, esposa do notável jornalista Paulo Tacla.
É sempre com prazer que os portugueses recebem a visita dos autênticos valores do Brasil. Estimamo-los fraternalmente e admiramo-los com sinceridade, Margarida Lopes de Almeida tem em Portugal não só um grande público- mas também uma família numerosíssima: é a família constituída pelos seus admiradores. Por sua vez, Lygia Fagundes Telles, a quem o editor António de Sousa Pinto, ofereceu, na sede de “Livros do Brasil”, uma brilhante recepção e Lisette Villar de Lucena Tacla, que vai ser homenageada, amanhã, 17, pelo Cenáculo Literário e Artístico “Tábua Rasa”, reconheceram, como tem acontecido com todos os bons brasileiros, que Portugal, glorioso solar da Raça, é a sua outra pátria.
Louvado sejam os Poetas que concorrem para a amizade fraterna das duas grandes nações."
Gazeta dos Caminhos de Ferro, Lisboa, ano 73, n. 41, 16 nov. 1960.