Resumo Ana Cristina Lima Couto
O ponto central desta pesquisa consiste nas abordagens teóricas e empíricas sobre os determinantes da pobreza, os quais se referem, de um lado, a um conjunto de fatores socioeconômicos (sexo, cor ou raça, idade, idade com que se começou a trabalhar, composição da família, educação, posição na ocupação e localização do domicílio) e, de outro lado, aos determinantes macroeconômicos da pobreza (crescimento e desigualdade de renda), sob a ótica do crescimento pró-pobre. Em termos proporcionais, sabe-se que a pobreza é relativamente maior nas áreas rurais e entre os que dependem das atividades agrícolas. A partir dessa perspectiva, este trabalho tem como objetivo estudar as características dos ocupados agrícolas que residem na área rural do Brasil e analisar os impactos dos principais determinantes da pobreza para esse contingente da população. A base de dados utilizada foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Foi feita uma descrição do perfil dos ocupados entre 2004 e 2012 para verificar a evolução dos indicadores utilizados e identificar em que aspectos a situação dos pobres difere da situação dos não pobres. Para estimar o impacto dos determinantes socioeconômicos da pobreza, foi empregada a técnica dos modelos de regressão logit para os anos de 2004 e 2012. Por fim, para investigar o impacto dos macro determinantes da pobreza, aplicou-se o modelo de dados em painel para as unidades da federação do Brasil para o período que compreende os anos de 2004 a 2012. Entre os principais resultados, destacam-se a importância que deve ser dada à educação e às melhorias na forma de inserção dos ocupados no mercado de trabalho, por meio de políticas que reduzam os problemas relativos à precariedade das formas de ocupação e promovam o uso mais produtivo da força de trabalho. Quanto aos determinantes macroeconômicos da pobreza, a análise das elasticidades mostrou que a renda do trabalho tem o maior impacto na redução da pobreza entre os ocupados agrícolas no meio rural, seguido pela queda da desigualdade de renda e aumento do nível de escolaridade.