Resumo Antonio Edson Amaral
O trabalho busca investigar a importância dos insumos intermediários importados por intensidade tecnológica, na indústria de transformação brasileira, para os anos de 2000, 2004 e 2009. Utiliza-se, como base de dados, as Matrizes de Insumo-Produto disponíveis em NEREUS (Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo). Os setores foram agregados e classificados de acordo com a metodologia da OCDE para intensidade tecnológica. Os maiores coeficientes de penetração das importações estão nos setores de alta e média alta tecnologia e a entrada de insumos intermediários importados faz com que o efeito multiplicador de produção deixe de ser maior em todos os setores analisados, principalmente nos setores de alta e média alta tecnologia. Os índices de ligações de Rasmussem-Hirschman e o campo de influência dos setores evidenciaram que quando os insumos intermediários importados são inseridos na produção, ocorrem melhorias significativas nos setores de alta e média alta tecnologia, tornando claro que deixar de importar insumos intermediários em alguns setores e passar a produzi-los internamente poderia resultar em vantagens, para o país, em setores competitivos internacionalmente. Os multiplicadores setoriais dos insumos intermediários importados por intensidade tecnologia mostraram que quando os setores de média baixa e baixa tecnologia importam insumos intermediários de alta e média alta tecnologia, há uma pressão para que os outros setores da economia também importem insumos intermediários de alta e média alta tecnologia, principalmente por parte dos setores 11 - Produtos metálicos; 12 - Carvão, produtos do petróleo refinado e combustível nuclear; 14 - Alimentos, bebidas e tabaco; 15 - Têxteis, couro e calçados e 17 - Madeira e seus produtos, papel e celulose. Os multiplicadores setoriais de tecnologia dos insumos intermediários importados refletem o quanto de renda é enviado para o exterior para financiar P&D por intensidade tecnológica. Os resultados também apontaram que o envio de renda para o exterior é mais intenso nos setores que importam mais insumos intermediários de alta e média tecnologia.